Em 2025, a Caixa Econômica Federal elevou as taxas de juros
para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE), afetando diretamente os novos contratos. A
elevação contrasta com o cenário de 2024, quando houve cortes nas taxas. Agora,
os juros subiram entre 1 e 2 pontos percentuais.
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Drª Debora de Castro da Rocha |
Antes: Até dezembro de 2024, a linha de crédito corrigida
pela TR variava de TR + 8,99% a 9,99% ao ano, agora: Para imóveis residenciais
de até R$1,5 milhão, as taxas estão entre TR + 10,99% e 11,49% ao ano. Para
imóveis de valor superior, incluindo comerciais, a taxa chega a 12% ao ano.
Antes: A linha que utilizava a remuneração da poupança mais
um adicional operava com 3,10% a 3,99% ao ano, agora: A modalidade passou a ser
calculada com a remuneração da poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano.
Para exemplificar, um cliente que solicitou um financiamento
de 500 mil reais com prazo de 30 anos pelo sistema de amortização constante
(SAC) veria a primeira prestação do financiamento aumentar em 562,71 reais. A
longo prazo, esse acréscimo pode representar um custo total significativamente
maior para o imóvel, impactando a capacidade de pagamento dos mutuários.
Importante destacar que as linhas de crédito que utilizam
recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como as do programa
Minha Casa, Minha Vida, não tiveram alterações nas taxas. As mudanças refletem
o cenário de alta da taxa Selic e o aumento dos saques da poupança, servindo
como balizador para o mercado e influenciando as condições praticadas pelos
bancos.
A queda expressiva no saldo da poupança, com retiradas que
podem atingir até 80 bilhões de reais ao ano, tem impactado o setor,
pressionando a capacidade da Caixa de sustentar a oferta de crédito via SBPE e
FGTS – fontes que já representaram cerca de 60% do financiamento do setor.
Alterações recentes nas regras do SBPE, como o aumento da
exigência de entrada e a imposição de um limite no valor financiado (apenas
imóveis avaliados em até 1,5 milhão), também tornam o cenário ainda mais
desafiador para os mutuários. Essas mudanças restringem o volume de operações e
dificultam, inclusive, a realização do sonho da casa própria para muitas
famílias.
Em 2025, o setor imobiliário precisará enfrentar o desafio
de diversificar suas fontes de captação, dado o acesso cada vez mais limitado
aos recursos tradicionais. Modelos alternativos, como o financiamento por meio
do mercado de capitais, estão ganhando espaço. Contudo, tais alternativas
exigem que as construtoras se preparem financeiramente para atrair
investidores, ajustando suas estratégias para a viabilidade de novos
empreendimentos em um momento de recursos escassos.
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